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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

BIG BROTHER PEDRO BIAL



TADEU ARAUJO

Se não havia outra explicação para a permanência de Pedro Bial à frente do programa tipo horror dos horrores Big Brother (é assim que o vejo), aí está uma bem convincente. A justificativa "O BBB foi um acidente de percurso na minha carreira, que encarei de forma honesta e apaixonada..." dá um pouco da dimensão dessa pessoa "honesta e apaixonada", inclusive em seu próprio discurso, na sequência do texto: "É um formato trash...", que traduzido em Português simples significa é um formato lixo. Ou seja, o rapaz apresenta um programa, que em suas palavras é lixo, e ainda assim diz que o encara de forma honesta e apaixonada. Entenderam? Eu, não. Para mim o que ele chama de honestidade e paixão é um monte de dinheiro no bolso e as costas dadas para a ética profissional, esta certamente jogada no trash

Deixei de gostar de Pedro Bial bem antes do evento Big Brother, quando ele ainda atuava como jornalista e, após uma matéria sobre o filme Billy Elliot, sem perceber que o som não havia sido cortado, fez o seguinte comentário: "coisa de bicha". Coitado, parece que sensibilidade e inteligência não são o forte dele.
Como qualquer outro ser humano, compreendo que ele tenha preconceitos e até que os expresse verbalmente. Não vou ser hipócrita, eu também tenho os meus, mas não os expresso, pelo menos não de forma consciente ou deliberada (pode ser que nas entrelinhas de frases ou posturas minhas a coisa escape). Quando estou próximo a pessoas que se enquadram em condições a respeito das quais tenho preconceito, redobro os cuidados, de modo a evitar situações que as exponham a constrangimentos ou humilhações.
Ok, o comentário de Pedro Bial não era para ter sido escutado de forma geral; em última instância ele deu azar de o som estar aberto e a frase ter vindo a público, quando na verdade ele fez o comentário para sua colega de trabalho ao lado. O que questiono aqui é a falta de cabimento do comentário, já que o filme é justo uma história de superação contra o descabido preconceito contra os rapazes que decidem ser bailarinos. Nâo há nele qualquer apologia à homossexualidade nem, do mesmo modo, nada contra. Não é disso que o filme trata, mas tão somente da determinação de um rapaz que tem grande talento para o balé e batalha para se tornar um bailarino. Seria a mesma coisa se mostrasse a trajetória de um jovem com vocação para medicina ou qualquer outra profissão e que faz os movimentos e esforços necessários para se graduar na profissão escolhida. Que bom seria se o mundo fosse repleto de maravilhosos bailarinos/bailarinas, médicos/médicas, professores/professoras, advogados/advogadas, jardineiros/jardineiras, faxineiros/faxineiras... Metade dos nossos problemas estariam resolvidos. Parece que Pedro Bial não foi capaz de perceber a essência do filme e sua beleza temática e estética. Fazer o quê?
Para completar a manifestação fora de cabimento e engrossar o caldo, no programa seguinte ele apareceu vestido com uma camisa cor de rosa e fez uma mea culpa falsa como uma lágrima de crocodilo. Como diz o velho ditado: a emenda foi pior que o soneto pelo tom artificial, forçado da retratação.
Desde esses episódios, não há como incluí-lo no seleto rol das pessoas que admiro e respeito. E certamente o Big Brother não ajuda nada nesse sentido.
Vejam o link abaixo.

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