O QUE É UM "VOLUME MORTO"?

SAMUEL CELESTINO

Com a sucessão governamental de São Paulo difícil para o candidato petista Alexandre Padilha, que pontuou, na última pesquisa, tão somente 3% contra mais de 44% do atual governador Geraldo Alckmin, a presidente Dilma Rousseff preferiu não comparecer à convenção que oficializou a candidatura do PT. Sua ausência projeta sombras sobre sua imagem, agora dentro do PT. Não explicou como “problemas de saúde”. Presume-se que a presidente estava abalada com as últimas vaias no Itaquerão. Preferiu guardar distância de aglomerações, inclusive do PT, onde o seu guarda-chuva é amplo. Mas ela gravou um vídeo para ser exibido na convenção.

 

O discurso virtual de Dilma foi o mais forte contra o PSDB, até aqui. Procurou atingir o governador candidato à reeleição de uma forma que necessita interpretação. Chamou-o a ele e ao partido de “volume morto”. O que vem a ser “volume morto?” Para ela o oposto de “volume vivo”, que vem a ser Alexandre Padilha. Ora, se Alckmin lidera as pesquisas e Padilha está com 3%, fez uma comparação além de feia, inadequada, sobre quem é mesmo o “volume morto”.  Certamente o PSDB irá encorpar o seu discurso de campanha para deixá-la em situação  ainda mais difícil.

 

São Paulo é o estado onde nasceu o PT, assim como a maioria das legendas, inclusive o PSDB. Lá, em conseqüência do governo da presidente, que não atende à economia e derruba empregos, principalmente no setor industrial, instalado em sua grande parte em SP, o petismo não vai bem, como comprova o percentual de Padilha. Trata-se do, disparadamente, maior colégio eleitoral do País e, de outro modo, o mais politizado pela inexistência de grotões, como ocorre na nossa região, o Nordeste. Também é lá que a rejeição de Dilma é maior. Nos últimos 20 anos, todos os presidentes da República saíram de lá, inclusive Dilma, que não nasceu da prática política, e sim do colete de Lula, que a apresentou como grande gestora. Agora, o líder petista critica a sua política econômica em público.