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terça-feira, 6 de maio de 2014

MAIS UMA COMPRA DA PETROBRAS

Petrobras paga três vezes mais por petroquímica

Uma corretora de valores do Uruguai foi investigada por suspeita de ter lucrado com informações privilegiadas envolvendo o negócio
Um ano depois da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, a Petrobras fez outra aquisição polêmica. A estatal pagou por uma petroquímica três vezes mais do que a empresa valia no mercado. Uma corretora de valores do Uruguai foi investigada por suspeita de ter lucrado com informações privilegiadas envolvendo o negócio.

Por trás de mais este negócio bilionário da Petrobras, estava o ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, um dos presos pela Polícia Federal na Operação Lava a Jato. Costa ocupou um cargo estratégico na Petrobras durante a administração de José Sérgio Gabrielli.

Com o aval do conselho de administração da estatal, então presidido por Dilma Rousseff, que era ministra chefe da Casa Civil de Lula, a Petrobras foi às compras. O primeiro alvo, em 2007, foi a Suzano Petroquímica.

Avaliada na bolsa de valores de São Paulo em R$ 1,2 bilhão, ela foi comprada pela Petrobras por R$ 2,7 bilhões.

Deste total, R$ 2,1 bilhões foram para a família Feffer, capitaneada por Daniel. Os demais R$ 600 milhões foram para acionistas minoritários.

Além disso, a estatal assumiu uma dívida da Suzano de R$ 1,4 bilhão. O custo total foi de R$ 4,5 bilhões. Mais de R$ 2,8 bilhões de diferença entre  o preço de mercado e o que a Petrobras desembolsou.

Na mesma época, outra movimentação no mercado acionário levantou suspeitas: a corretora uruguaia Vailly Sa, que nunca tinha negociado ações da Suzano, comprou papéis da companhia antes do fechamento do negócio bilionário. A corretora, ligada ao grupo Safra, foi investigada pelo Ministério Público e a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, e para não ser processada, fez um acordo e pagou multa. Mas, até hoje, ninguém explicou como a Vailly teve acesso às informações privilegiadas do negócio.

Pouco tempo depois de ser comprada pela Petrobras, a Suzano petroquímica foi incorporada pela Braskem, que hoje detém a maioria do mercado petroquímico do Brasil.

Em 2009, o senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, pediu à Procuradoria Geral da República investigação para apurar possíveis irregularidades no negócio. Até hoje não recebeu resposta.

Em nota a Braskem informou que não teve qualquer participação na aquisição da Suzano pela Petrobras. Ela afirma, ainda, que a incorporação da empresa foi feita a preço justo, com base em avaliação de um banco independente sem, porém, informar os valores da transação.

A Petrobras, os grupos Suzano e Safra e Daniel Feffer foram procurados, mas não quiseram se pronunciar.

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